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rastros

"Rastros" é a proposta do grupo Arte Socialmente Implicada contemplada no edital "Rastro: narrativas do cotidiano, registros, mini histórias e documentações", do Binåh Espaço de Arte.

edital rastro: narrativas do cotidiano

Organicamente Implicados

 

Julho de 2020. Brasil, Rio de Janeiro. Pandemia. Afastamento Social. "Fique em casa". E quem não tem casa? O grupo nasceu com o nome "Arte Socialmente Implicada ou Enquanto o Estado Tenta Te Matar". Proposto à Escola Sem Sítio, foi generosamente acolhido. Encontros viabilizados e mediados por plataformas digitais. Gravados. Controlados. Entrada livre. Ninguém paga. Entra quem quer. Quem pode. Quem tem acesso à rede. Corpos estranhos. Corpos que se estranham. Desejam penetrar. Invadir. Contaminar. Não gostou? Sai. Quer voltar? Volta. Tentativa de encontrar a errância, o acaso, o dissenso que a cidade nos garantia. Improviso. Incômodo. Ação. Arte Implicada está em plena ação! Hoje organicamente implicados, seus participantes se auto organizam, geram demandas, produzem.

Bia Petrus

Filo Chilopoda

 

Algo invisível, uma textura ontológica vai se fazendo dos fluxos que constituem nossa formação atual, conectando-se com outros fluxos e esboçando outras quimeras.

“Arte Socialmente Implicada” foi pretexto e provocação. Gerou formas inéditas coletivas. Arte se tornou corpo. Nosso corpo coletivo passou de “socialmente implicados” a “organicamente implicados”.

Somos muitas diferenças ainda que não cheguemos à desejada diversidade. Cada diferença em fricção fez marcas e trouxe algumas aberturas. Sentimos no corpo uma perda de contornos, o que pudemos entender como violência.

Violência que nos desestabilizou e nos pôs à procura de um corpo novo, quimérico, inédito e contextual. As dores então foram gênese de um devir. Esse corpo coletivo, feito em diferença e fricção, é atraído por ambientes onde se percebe ressonâncias. Estamos aqui para isso. Nesse ambiente, existirão outras diferenças. Garantiremos o desassossego.

Organicamente implicados, em pontos de vista diversos, a partir dos pares de pernas, vivemos uma experiência que antecede a inteligência. Juntos, desejando ser um algo além do humano, somos éticos, estéticos e políticos.

Num só corpo novo e irreconhecível, que pulsa e estremece nessa forma de contornos questionáveis, estamos compostando uma múltipla existência.

Lutamos contra os monstros que nos obstruem a criação de algo novo.

Bia Petrus

Celso Honório

(…) em que a gente começou a trabalhar com máscaras. Só que isso foi criando um corpo, porque uma coisa é você estar no desenho, que é, de certa forma, distante... Supostamente, porque não está. Mas, quando você incorpora a coisa orgânica do corpo interferindo, pedindo para falar as coisas, para viver as coisas, que não eram só do campo mental, ele está integrado…. Mas eu tinha que ter um enfrentamento para integrar essa parte. Criar um personagem com uma máscara me causou exatamente essa coisa de espanto porque eu nunca tinha enfrentado esse opressor (…) 

Celso Honório

Julia Saldanha
Julia Saldanha

Hoje é feriado em Ubatuba. Aniversário de fundação: 382 anos.

Sempre soube que os índios estiveram aqui desde muito tempo e que teve também o padre Anchieta.. Ubatuba onde tuba é lugar em tupi foi lugar de muita briga muita guerra: a colonização. E tudo isso tá marcado na terra. Dá pra sentir no chão. Tem muita energia. Na Ilha Anchieta tinha presídio (não lembro se político) é a terra ainda se revirando. Ubatuba também é a minha infância. Meu mundo das crianças criadoras. Da coletividade e do afeto. Ubatuba também traz a história da minha família, de várias famílias que também são a minha. Meu avô tinha o que chamamos hoje de duas famílias. Além de cuidar como médico de outras famílias. Ele traz o sobrenome português colonizador: Luz Minha vó, que foi secretária dele quase não tem passado, não tem a história pra contar. Tá tudo na terra que se revira. (Isso foi até aqui. Durante a escrita desse texto mudo de opinião e entendo melhor o que é esse "não tem história pra contar" e como tudo isso tem a ver com a história de Ubatuba..) Foi aqui em Ubatuba que fiz minha primeira exposição individual (para pessoas invisíveis) ela aconteceu em um único dia e a céu aberto no chão de terra e grama. Eu não soube ainda quantas pessoas vieram, mas sei que elas vieram. E fizeram remexer a terra. Enquanto bordo, costuro. Dou pontos. Crio pontos. escrevo esse texto. Sento para conversar com minha vó num ato inédito ela conta sobre seus 93 anos. Disse para essa história ficar entre nós. (A nossa costura) também me contou sobre quando trabalhou na fábrica e fazia tecidos: cretone. A fábrica era Calfat (dos turcos ricos, como ela disse). E por isso na certidão dela ela tem um ano a mais. Foi uma manobra para poder começar a trabalhar na fábrica aos 14. Ela também me conta, que é a única que sobrou dos 7 filhos. E que tudo que sempre quis foi nas palavras dela: " que meus filhos fossem gente (pudessem estudar) " e no fim ela é muito grata pelo meu avô a quem lhe deu uma vida mais tranquila e confortável. Sinto em lágrimas, que juntas nós reviramos um pouco de terra. E Ela pode me contar muito da sua história, que eu sempre quis saber mas que soa tão dolorido a ela. É mto bom poder, juntas, ressignificar as coisas, olhar para o passado juntas. Olhar pra terra.

Julia Saldanha

Malas de talvez computador vinte e quatro horas janela engradada
Tédio em trinta metros quadrados
Buceta latente não comida


Corpo sentado retina-óptica corpo deitado retina-óptica corpo cansado retina-óptica
                                                  mobília coberta, anestesia diária, merda para cérebros,
                                                 tédio sub-réptil de regimes totalitários, censura banal e
                                                                                        dor desnecessária. (BEY, H. 2007)

Abra sua agenda e marque seu lazer
Abra sua agenda e marque sua foda
Abra sua agenda e marque seu lazer
Abra sua agenda e marque sua foda


O prazer aqui só é feito enquanto findáveis minutos de exercício acadêmico. Não nos
seduz a diversão. Arte apenas por demanda. Leitura por investigação. Deixamos que
essa escrita seja uma vazia hermenêutica para ti.

Trilha do sucesso. Bureau de burocracias desprovidas de
intelecto
A poesia torna-se insensível. Não há sentimento vivido
para descrever sensações. Prazeres em minutos-
contados-para-acabar-logo


Abra sua agenda e marque seu lazer


Abra sua agenda e marque sua foda

Rayssa Veríssimo

Bernardo Bazani

Buscar a fantasia na atitude maquínica,

inventar percursos, imaginar deslocamentos, vaguear.

No dia 1, sente-se ao lado de uma mesa branca de tubos metálicos e compensado naval, com duas gavetas tortas poucos graus em sentido anti-horário; esteja próximo a um móvel de madeira maciça que lembre peroba rosa...

ou em qualquer lugar, faça o primeiro traço em uma tela em branco.

Atrase-se no dia 2,

pule o dia 3,

esqueça no dia 4,

retorne no dia 5.

Fracasse no dia 11,

surpreenda-se no dia 39

e finalize no dia 80;

ou em qualquer outro.

Consciente de que se deslocou o quanto pôde, esteve atento aos detalhes e foi parte da obra.

Bernado Bazani

Quando minha mãe estava grávida e eu mergulhada dentro do caldo amniótico foi que tive o meu primeiro choque com a bici. Pedalando na cidade junto com as amigas, seus pés rodeavam a coroa quando, por fim, nesse desenho, seus pés se embaraçaram no pedal. Senti a agitação do sangue no cordão que nos unia e, abruptamente, o caldo entornou: esse foi o primeiro tombo, meu, com minha mãe e a bici. Ela nos levantou com o cuidado de sempre, me benzeu e seguimos com atenção para não nos machucarmos nos próximos capotes.

Andressa Boel 

da janela do quarto, vejo tudo em losangos.

mudo de posição enquanto escrevo e mudo a ordem do que escrevo: não sigo linearmente, eu só vou e volto, como quem dança... só que em mim. minhas pernas já se balançam: querem a rua que só meus olhos têm:

são dois prédios residenciais de um lado — o esquerdo

um prédio comercial no meio

e dois prédios residenciais do outro lado — o direito

os dois das extremidades não têm insônia

só tem luz acesa de madrugada no segundo e no terceiro

no comercial às vezes esquecem algo ligado

a uma e dez o gari passa varrendo a rua

o banco está aceso e vazio

a academia fechada e invisível

os dois salões de beleza — um de cada lado — também fechados

mas o da direita tem as portas rosas e um grafite dizendo

almalivre ❤

e eu amo! porque é a única parte de mim que ainda pode ser livre.

Nathália Rinaldi

Ana B.

Mind the gap

 

Eu devia seguir

dizem

como se meu estômago não ardesse

como se meu sangue não fervesse

como se não pesassem as pálpebras

a carcaça

esse calo

essa crosta

Cascadura

Mary Grace is next home

mas tem mais uma estação

e outra condução

até que eu possa descansar

Carregador, fone, chokito, descascador

a hora-aula do professor

eu tomo um expresso

pego o parador

e vou trabalhar para entender a geografia dessa cidade

e compreender que linha de metrô

não costura mundo

as linhas imaginárias

que dividem os polos

e separam os corpos

nessa zona intertropical

em (sub)desenvolvimento

passado-presente

ponto final

O aviso sonoro do metrô parece provocar:

observe atentamente o vão entre as classes sociais

a transformação também depende de você

Ouvidos atentos escutam

Ana B.

Leve, como leve pluma,

Muito leve, leve pousa…

 

Do chafariz da Glória, elas

sumiram

E apareceram na noite da Lapa

Nas mãos de ambulantes

Tomaram vida própria

Foram vendidas à vista

Sob minha vista

Foram viver em casas

desconhecidas

E dividir prateleiras com garrafas

de cachaça

Elas viajaram de trem, de ônibus,

de metrô

Elas dividiram calçadas com

moradores de rua e passantes.

As pequenas caixinhas coloridas

ganharam as ruas, ganharam

novos significados.

Marcel Alcantara

Marcel Alcantara
Dôda Paranhos

Resolvi fazer um protesto contra o aumento do arroz. O lugar que escolhi é uma encruzilhada, que se chama ‘Porta do céu’.

A rua estava deserta. Não levei nada, só quatro quilos de sal e a minha vontade de realizar um pequeno ritual. Era uma manhã calma de domingo.

Quem foi à padaria pôde ter a oportunidade de ler ‘ARROZ’ escrito no chão da esquina. Quanto ao impacto, eu penso que um pequeno grão de arroz pode produzir mudanças, pode tocar as fibras que levamos dentro. O arroz pode estimular.

Talvez o fato da palavra ter sido escrita com sal tenha provocado estranheza, essa parte sensível.

Espero que seja o excesso sensual que fale sobre algo da ordem do incompreensível, o cristal que vá no essencial da lógica cotidiana.

Por fim, a chuva chegou fina e fechou um ciclo.

Dôda Paranhos

Outros Gestos e Palavras, 2020

 

Experimentos a partir de imagens das letras organizadas em palavras que geram sentido/direção pra cidade, como me sentir obediente aos avisos e oferecer meu corpo em desobediência inútil. Vincular partes do corpo enquanto uma mão segura o celular e fotografa, estar com a palavra, estar em palavra.

 

- tentando entender meu corpo nesse corpo da cidade que não posso habitar. Só as ruas são quase-possíveis, e algumas saídas e entradas rápidas, sem o rosto completo. Tudo tem máscara e quase nada olha de volta.

 

- "ô! mamãe eu quero é mamar no mundo, quero, papai, saber no fundo"

 

- Na minha cabeça, a música do Tom Zé, e a cada palavra que tiro do lugar que já não era dela, descubro uma nova. Deve-se à arqueologia tirar o excesso de barro batido que esconde o novo nascimento morto há muitos anos.

 

Eu não tiro nada. Eu coloco... meu corpo. Deitei do lado do que já é fóssil. Às vezes, a palavra morta se espreme um pouco para o lado e a gente faz um desenho novo nesse chão velho chamado nascer.

Everson Verdião

Ingryd Di

BOLSA PARA ROUBAR MUDAS

 

Das atividades que mais exerço na cidade, o roubo de mudas me permite experiências de vida importantes. Mês passado, eu me enfiei onde não devia para roubar um teco de um cacto verde, bem verde e suculento. Desavisada ou insolente, sem calça nem luva… fui porco-espinho por 3 dias. Espinho fino, pequeno e ardido. Covarde, pendurei a bolsa de canto onde ficou até ontem como aquilo que avisa “cuidado onde se mete nessa de achar que todo mato é nosso”. Hoje abri a bolsa (dessa vez com luva): as demais plantas roubadas no mesmo passeio-expedição já eram fóssil. O cacto? Brotou. Ainda bem que existe coragem de brotar no escuro e pular muro para roubar das cidades aquilo que nunca foi de ninguém.

Ingryd Di

O mundo se fechou com a pandemia. Fiquei sozinha no quarto com as plantas. Crescemos e secamos. Murchamos para depois ganharmos vida com um pouco de sol. Li o que Preciado escreveu na "Conspiração dos perdedores" e só conseguia concordar. “Não tive dificuldade em respirar, mas era difícil acreditar que eu continuaria a respirar. Eu não tinha medo de morrer. Eu tinha medo de morrer sozinho.” Vontade de escrever uma carta de amor. Não entendendo ainda todo o processo; matei muitas plantas, não tive concentração para nada. Emudeci. Bordei até sarar. Ainda não sarei. O corpo e as plantas. Continuo à espera da minha carta de amor. Não consigo escrevê- la. Os meses passam e sinto-me num limbo.

Luíza Donner

Luíza Donner
Amanda Tavares

Protótipos para f[r]icções Com que fios se encruza o labirinto da cidade?

Amanda Tavares

Imagens: Maria Palmeiro

Adelaide passa os dias e as noites percorrendo de bicicleta o centro da cidade. Nos canteiros, jardins e parques públicos, semeia e colhe as flores para os buquês que confecciona entre uma pedalada e outra. Sabe o nome de todas as plantas e ervas daninhas que disputam, de forma tão invisível e infalível quanto ela própria, as ruas da cidade. Como muita gente, passava pela Praça do Patriarca às 18 horas daquele dia.

De acordo com seus cálculos, o fio estava a cerca de 25 metros da tomada. Os olhos clarividentes e semicerrados percorreram o trajeto do alto do prédio até o grupo de pessoas que conversava em torno da cafeteira na soleira do banco.

- Não tem chá. Só café, biscoito e cigarro.

Adelaide entendeu que duas mulheres iguais e um homem de óculos se alternavam para abastecer a cafeteira. Um homem de muletas tirou da carteira uma fotografia e mostrou para os demais, que se aproximavam com curiosidade e se afastavam rindo.

Quando as duas mulheres e o homem subiram as escadas e recolheram o fio, Adelaide viu. Acompanhou atenta e duvidosa seu balançar relutante. Assim como a cafeteira, o três estavam a um metro de distância da tomada. Os outros tinham se dividido: estavam sob a marquise de frente para o prédio; nos beliches do outro lado da cidade ou nos arredores esperando condução. Dois permaneceram sentados na soleira do banco.

Adelaide ajeitou os buquês na bicicleta e partiu em direção ao Edifício Martinelli. Não viu mais aquele fio de novo. Estaria ainda ali, invisível como pareciam aos outros os seus buquês?

No dia em que uma das mulheres iguais, que atravessava a praça intranquila, deixou cair a sacola que carregava, Adelaide também estava lá. Sem olhar para os lados, a mulher já havia passado pela marquise, desviado das pessoas e das barracas de natal, e já estava quase na esquina quando a sacola não resistiu e a cafeteira correu até o pé do patriarca. Adelaide viu o jeito como ela tentou disfarçar os cacos de vidro e embrulhou num tecido apressado o que sobrou inteiro partindo a galope logo em seguida.

Adelaide viu tudo. O patriarca não viu nada. Permanece de costas para a praça.

Amanda Tavares

Fernando Porto

Quem é o autor dessa oração insubordinada, Quem é o dono desse versículo pobre de um Deus sem prosápia e vaidade, Quem carrega a cruz quando o Cristo sobe aos céus, o Carrasco quem lava as mãos e os pés do réu; Quem assina esse texto desviado, pensamento inacabado, desvairado na ida e na volta, Quem carrega essa razão da contradição, da tautologia e da frase que volta atrás e por isso não erra caminho; Quem dirige essas palavras em transi(to) Qual é o Sujeito, o verbo intransitivo a deriva derivando nada; Quem Nasce, Quem Anda, Quem morre quando nasce e anda?


Quem é o bardo deste verso igual poeira no oceano, guardando as sobras dos dias das grandes avenidas que em tudo passa por cima; Quem junto com vassoura e pá os cacos dessas letras espatifadas e traz essa caligrafia classicamente suja, apinhada sem ponto e vírgula numa folha que mais parece um cortiço; Quem assina o texto que começa já acabado Quem é o teórico de tese do nada disso?


Quem leva essas páginas sem fuga, rio sem margem, pensamento sem saneamento básico, Quem pedala nas linhas da fala, hoje pontes que só passam por cima; Quem cai e abre a cabeça sin fin ni centro ni começo, Quem é o crítico formado na contradição, criando teorias a partir do breu: Quem escreve esse corpo nessa grade urbana, sem espaçamento entre um e outro, superlotando a folha com faltas, atrasos, desculpas, proposições, argumentos e sonhos; Onde está a parteira que desencravará o rebento deste parto anormal, Quem é que grita, esperneia, morde a fronha e dar a luz á esse prematuro?


Quem é o mártir da revolução vencida, um Marat haitiano da penúria de produzir e catalogar-se, Quem vai inventariar a herança daqueles que não herdaram nada; Quem é que escreve como quem carrega escombros, Quem é que escreve como quem cava memória e aterro; Onde está o ponto fora da curva, o engasgo, a raiva, o movimento de progressão. Onde está a exclamação onde só há ponto e vírgula e interrogação. Quem diz o óbvio quando ele precisa ser dito, Quem é que conecta os peixes díspares nessa rede furada, Quem comanda o náufrago da net?


Quem segura as ideias na cabeça do epilético, Quem cria teoria da disritmia, dessa gosma densa da língua enrolada pra dentro; Quem segura a haste e balança a bandeira da dúvida, Quem diz e não diz o disse me disse, Quem assina a imagem que já não existe mais, quem já extrapola essa linha comunicante entre aqui e aí?
Aqui estamos, aqui estou, aqui estás, Imagem em crise, Como aprender, Como conhecer, Como conviver; Como ser através da arte, através da escrita, subterfúgios para explicar conceitos criados para explicar sensações da alma, do corpo, do mundo, Quem é o dono desse discurso aguerrido no mundo, que mundo é esse?


Quem é o filósofo que aprende a morrer, Quem troca as cores, inverte as palavras e queima a pupila de luz. Ardente manifesto da Miopia, do daltonismo, do astigmatismo e do sono do cansaço. Quem é que parafraseia o prego e enterra a cabeça na parede?


A Arte está para os baluartes assim como marreta está para o muro.

Fernando Porto Dias

Vinicius Davi

Vinicius Davi

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