Somos um coletivo a agir-investigar sobre práticas híbridas nas ruas das cidades, implicadas com os campos artístico, político e educativo. Em Julho de 2020, no Rio de Janeiro, nasceu o coletivo, a partir de um grupo de estudos proposto à Escola Sem Sítio (Rio de Janeiro) onde começaram os encontros, mediados por plataformas digitais, uma vez que nos encontrávamos em meio à pandemia de Covid 19, na situação de afastamento social. Com grande diversidade de corpos e de pontos de vista, o grupo destaca-se por seu caráter constitutivo dissonante. A inquietação provocada pela diversidade de sujeitos participantes aponta potências capazes de contestar e desafiar outros modos orientados para valores e significados no e para o presente.
A partir da presença de componentes, no Brasil e em Portugal, criou-se uma formação que pretende fortalecer os vínculos existentes, aumentar a articulação entre as experiências individuais, as intervenções propostas, colocando-as em fricção. Todos, de alguma forma, contribuem para os processos do grupo nas duas geografias em que atuamos. Os processos são participativos desde a formulação. O conjunto de ações constrói alianças. Acredita-se no cruzamento das ações artísticas, dos saberes locais, dos estudos críticos das artes e das ações estético-políticas e processos coletivos. Somos uma configuração coletiva, temporária e viva, em plena ação!
nós

Bia Petrus
Bia Petrus vive no Porto desde 2019. É arquiteta pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), mestre em Artes Visuais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2013) e doutoranda docurso de Educação Artística da Faculdade das Belas Artes do Porto. Iniciou seu percurso nas artes visuais em 1998, realizando obras em vídeo, fotografia, instalações e performance. Em 2000, conquistou o Prêmio Aquisição do Museu da Pampulha. A partir de 2002, sua produção em Artes Visuais se imbricou com a criação de espaços coletivos, transdisciplinares, com atenção especial ao território onde se situam. A Educação atravessou naturalmente seu percurso. Formas transversais de ensinar-aprender estabeleceramse em relações com coletivos, grupos de estudos e jovens artistas,
como proponente-provocadora. Entre 2016 e 2017, iniciou um exercício formal como professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Petrópolis, e sua grande motivação era a transversalidade da educação com os campos político e artístico. No rastro de Paulo Freire e demais educadores, interessados na formação de sujeitos críticos e autônomos, capazes de confrontar as desigualdades da sociedade brasileira, alternou sua presença entre espaços formais e informais de ensino. Foi professora colabora da Escola Sem Sítio (RJ) e criou grupos de estudos dirigidos à jovens artistas da periferia da cidade. Nos últimos anos fez curadorias de exposições, como por exemplo, Dobras de Dobras de Bete Esteves, Pendular, Operar (n)o Caos, na Condição de Casa, na Casa da Escada Colorida e O Real Arde, no Centro Cultural da Justiça Federal. Hoje aciona coletivos para agirem enquanto investigam, em fricção com o real. Foi fundadora da Casa de Estudos Urbanos e do coletivo Dia de Glória, Rio de Janeiro. Criou o grupo de estudos Arte Socialmente Implicada que trabalha a relação arte-educação-vida e pensa a cidade como um espaço educador.
Vive e trabalha em Portugal. Artista, mediador, curador e produtor cultural. Mestrando em Estética e Estudos Artísticos pela Universidade Nova de Lisboa, onde desenvolve pesquisa, com orientação de Paulo Pires do Vale sobre a trajetória da artista luso-brasileira Irene Buarque. Trabalhou como assistente dos artistas Denise Cathilina e Fernando Braune e como assistente dos designs de exposições Luis Alberto Zúñiga e Cintia Kury Souto em diversos projetos. Produziu espetáculos de dança e foi responsável pela comunicação e mídias sociais do FFALA - Festival de Fotógrafas Latinoamericanas. Fez a curadoria do EEI - Encontro dos Espaços Independentes na ArtRio, da exposição “Gelatina: fotografia contemporânea” e participou da curadoria coletiva da exposição virtual “Nzanza”, promovida pela Escola Sem Sítio. Desde de 2020 atua como artista, mediador, curador e produtor no coletivo Arte Socialmente Implicada, que atua no eixo BR/PT, onde participou dos projetos “Da condição de casa”, na Casa da Escada Colorida, “O Real Arde" no CCJF. Em 2024 junto com Bia Petrus fez a direção artística e a curadoria do projeto “Híbridos: Corpos, paisagens e territorialidades".O Híbridos é o primeiro projeto do Arte Socialmente Implicada apoiado pelo governo português, através da DGArtes. Artista de formação não linear, reflexo dos múltiplos interesses desenvolvidos ao longo dos anos, estudou na EAV Parque Lage. Tem a fotografia, o vídeo e os meios múltiplos como suporte mais usuais. Nos últimos anos participou de exposições coletivas e ações de rua no Brasil, Colômbia e Portugal.

Marcel Alcantara

Produtora e Curadora independente com atuação desde 2007 na área de desenvolvimento e produção executiva de projetos culturais, esportivos e sociais. Desde 2020, é uma das gestoras da Casa da Escada Colorida, espaço independente de artes localizado na Escadaria Selaron na Lapa/Rio de Janeiro, que promove residências artísticas e de curadoria, acompanhamento crítico
Jac Melo
Bete esteves vive no Rio de Janeiro e se articula com Portugal a partir de frequentes viagens em que pratica processos de produção artística orientados peloa metodologia AND. Doutora em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 2018 onde também se graduou como mestre em Artes Visuais no período de 2009/2011. Com Bacharelado em Programação Visual pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986), a artista, impregnada pelo conceito de grupalidade, realiza projetos artísticos instalativos transdisciplinares focados na composição entre modus vivendi e arte em diálogo com o conceito de “grande saúde”, de Nietzsche. Acredita e busca formas de compor diálogos efetivos com a arte e suas práticas investigativas. Lida, há algum tempo, com questões vinculadas a ambiência em espaços expositivos. Ao realizar ocupações artísticas em lugares não convencionais ou inativos, explora situações que podem ir além das relações mais tradicionais e já mapeadas entre arte e espectador.

Bete Esteves

Bruno de Almeida (Muzambinho, MG - Brazil/ 1995) é artista visual e investigador independente. Graduado em Design no Brasil, atualmente finaliza o mestrado em Design de Produto na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde reside desde 2021.
Através de narrativas visuais, sua prática atravessa questões do território, identidade e imaginação, tendo seu trabalho exibido e reconhecido em instituições públicas e privadas entre Brasil, Europa e Ásia.